quarta-feira, 19 de maio de 2010


A noite chega silenciosa, numa brisa seca e fria...as suas trevas envolvem a Terra que se transforma num ambiente misterioso e um tanto assustador. É neste momento que os seres nocturnos despertam para a vida. Uma parte da humanidade cai num sono profundo.
Deitada num berço, bem ali num cantinho, uma bela criança olha curiosa em seu redor vendo as sombras e as luzes...
Um ruído vindo do nada assusta-a, começa então a chorar...
A lua que brilhava resplandecente com uma luz que nao é sua, aproxima-se entao da janela iluminando o seu quartito.As estrelas vêm também...conseguiram passar por uma brecha na janela. Estão agora a correr desalinhadas, de um lado para o outro através de um brinquedo que a criança agita deliciada. Ali continua durante algum tempo, até que o João Pestana a vem visitar. Lança sobre ela o pó mágico e pouco a pouco adormece....fez-se silencio...
O tempo passou, renasce o dia, a criança delicada e cheia de graça cresceu. Os traços do seu rosto começam a endurecer, o seu corpo transforma-se lentamente num corpo de adulto...as ideias mudam....desperta o seu interesse por aventuras e plo mundoem geral!
Procura agora um lugar ao sol, que mais tarde desejará partilhar com alguém.
A vida trata de lhe mostrar que nada é um mar de rosas, que a felicidade não é eterna e muitas vezes os obstáculos são dificeis de ultrapassar, deitando muita gente abaixo...Alguns desistem porque não conseguem, outros....sei la porquê... a vida é sempre a complicar ...
Novamente o tempo a passar, como ele é tão rápido quando não queremos...chegou agora a velhice! A fase mais dolorosa da vida, que anuncia o fim dos tempos de grande jubilo.
Sentado numa cadeira de baloiço (à moda antiga) à beira da lareira para se ir aquecendo (pois os ossos queixam-se do reumatismo e do frio facilmente), relembra o passado, pois o futuro já se mostra estar bem limitado...
Os seus netos vão sentar-se em seu redor, escutando com atenção as histórias da vida do avô como se de uma aventura se tratasse...Acham-no bastante "fixe"!
Oavôzinho mostra no seu rosto, na sua cara cheia de vincos, os seus cabelos brancos sobre uma calva praticamente careca as marcas visiveis da sua experiência (sinal de respeito).
A vida passou por ele é verdade, resta-lhe agora esperar uma nova companheira que é a morte, essa chegará para o levar à sua ultima morada...subsiste apenas a dúvida sobre o que está para além do desconhecido....
Por fim é chegada a hora da sua partida deste mundo. Encontra-se deitado no seu leito, com um ou dois familiares...amigos...o resto da "malta" que não o abandonou seja porque motivo...
No fim estamos todos sozinhos, somos nós que partimos um de cada vez, não levamos nada connosco...nada mesmo....
E ali está, travando nos olhos uma lágrima e fixando neles as suas lembranças...todas elas, boas ou más de que se recorda ainda...
Algo então o sufoca, já não tem muitas forças para lhe resistir...segue-se um momento de aflição que parece não ter tempo de acabar...por fim um suspiro definitivo, pois naquele corpo nenhuma lufada de ar vai entrar outra vez...
Volta a terra, ficam os vestigios da sua presença que o tempo tratará de apagar.

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