sábado, 28 de abril de 2012

Já não te odeio pai!

Já não te odeio! Parece estúpido de dizer isto agora mas já não te odeio pai, superei isso!
Não posso estar estes anos e mais alguns da minha vida, a dar-te importância na minha vida, sem mereceres nenhuma! Vou gastar os meus sentimentos com coisas bem melhores do que o meu ódio por ti. Não vales a pena e sabes porquê? O tempo está a mostrar-te que independentemente de existirem ou não o céu e o inferno, algum do mal que se faz nesta vida ainda se paga por ele aqui mesmo! A vida que faça de ti o que bem quiser, que eu cá, vou vivendo a minha sem pensar em ti!

Um animal ama, um animal preocupa-se connosco

Adoro-te! Viste-me a chorar e vieste cheirar-me a cara a miar! Fiz-te festinhas e aninhaste-te no meu colo a ronronar. Preocupas-te comigo e sei que me adoras também!

Amor


O meu coração está quebrado, consegues repará-lo?
O teu amor pode ser cola para ele!

Vem ver-me morrer


Vem ver-me morrer disse ela, numa mensagem de tlm enviada naquela tarde, eram umas 16h...
Ainda estava na faculdade, tinha acabado as aulas naquele dia, eram só da parte da manhã.
-Que se passa? - perguntei eu; - Que merda de mensagem é esta? Eu estava completamente nervosa, o tlm tremia-me na mão, enquanto tentava coordenar as pernas para me levantar da esplanada no bar, sem dar nas vistas do meu estado.
Peguei nas minhas coisas, livros, tudo á pressa sem deixar cair nada e saí...Fui olhando a ver se recebia resposta, à medida que caminhava para casa, cada vez mais aflita.
Estava mesmo a acabar de atravessar o jardim, vejo-a a olhar para mim...
Estava sentada no muro do tunel....com as pernas para o lado da estrada que o percorria por dentro. Vou-me aproximando devagar mas a passos largos...
- Pára, que fazes? Não faças isso! Pára! Vamos falar melhor ali para o jardim!
Não aguento mais respondeu, e atirou-se...
Corri, larguei tudo, quando cheguei onde ela estava debrucei-me e vi um carro atropelá-la, arrascou-a uns metros até que conseguiu parar...
Dei a volta, fui lá...os carros começaram a parar e outro apitavam mais atrás sem perceber o que se passava.
Olhei para ela, afastei-lhe os cabelos da cara e olhei-a nos olhos, já estavam vazios... a perder o brilho...estava morta!
Como é possível, há quanto tempo ela estaria aqui e as pessoas passavam e não faziam nada! Este é um local super movimentado, eu vi pessoas a passarem, a olharem e a continuarem...quando era mais que óbvio o propósito de ela estar aqui assim, virada para dentro do túnel, fora do passeio,,,poxa, não era preciso explicações nenhumas do que queria fazer, e mesmo assim....quem viu não se importou, quem viu deixou, consentiu, tolerou...nem sei que palavra usar....
A verdade é que ninguém fez nada, deixaram-na ficar ali! Deixaram-na tomar aquela decisão sem fazerem nada! Tenham vergonha!!

Medo

Tenho medo, tenho medo, de olhar lá para fora e ver que ainda está a olhar para aqui...
Há bocado bateu com tanta força na porta, correu as janelas todas olhando para dentro....e eu a tremer sem me mexer, a perder a força nas pernas, no meio do corredor, sem acender a luz...Esta noite não vou conseguir dormir...
Vou para o quarto e tranco-me por dentro, enfio-me rápido na cama e fico quieta a tentar ouvir os sons todos à minha volta!
Passou meia hora desde que tudo começou....ainda com medo, vou espreitar por entre a pressiana se já não está lá fora.
Meu Deus, está a olhar para aqui, parece que os nossos olhos se cruzaram, que escuridão eles contêm!...Sinto um arrepio por mim a cima...gelou-me mesmo por dentro, quase capaz de me parar o coração!
Volto a correr para a cama e começo a chorar e a rezar ao mesmo tempo, meu Deus, porquê, porquê hoje, porquê agora? Passados estes anos, porquê esta perseguição....olho para o telemóvel e penso em ligar para a polícia....mas não sei como contar as coisas...
Oiço uma gargalhada profunda, está a rir-se!...
Começo a pensar se tenho tudo bem fechado, sim, parece-me que sim, vou ficar quietinha no meu canto e esperar que se vá embora, que amanheça rápido, sei lá, só quero que isto acabe!
O tempo passa, tenho a sensação que mal pisco os olhos para não perder nada, estou em alerta completo!
"Não perdes pela demora" - ouvi eu gritar, levantei-me de novo, não fosse estar a tentar entrar por algum lado mas vi que se afastava, sempre a olhar para trás, a passos lentos e novamente eu tremi toda!