quarta-feira, 19 de maio de 2010

Despedida

As vezes queremos muito despedir-nos das pessoas de quem gostamos quando elas morrem. Mas se calhar as vezes é melhor que isso não chegue a acontecer,para não sofrermos de mais, como no caso de uma amiga que teve um acidente mesmo à frente da residência de estudantes onde eu vivia, às 6h da manhã de um sábado. Ouviu-se um grande estrondo lá fora, ainda tava escuro e ninguém no meu quarto se levantou, permaneci deitada também enquanto escutava com atenção outras colegas falarem umas com as outras e decidirem ir ver o que tinha acontecido. Mais tarde, fui falar com uma delas que me disse que tinha sido um carro, que a sair mais devagar do "túnel" um outro que vinha todo "lançado" lhe bateu por trás e o arrastou vários metros à frente. Viram o carro todo amulado, metido para dentro. O outro condutor saiu do carro e foi ver o que tinha feito. Um dos passageiros não se mexia, e o outro ao lado, uma rapariga, parecia tonta a rodar a cabeça para um lado e para o outro enquanto gemia de dor. Os bombeiros vieram e ocuparam-se logo da rapariga, o outro muito provavelmenete já estava morto. Assim se passou.
Então quando vinha outro fim-de-semana a casa, uma amiga minha ligou-me e perguntou-me se sabia o que tinha acontecido com a Filipa. Eu respondi que não. Disse-me que ela tinha tido um acidente aqui em Lisboa, ía mais um homem. Eu lembrei-me logo do acidente na avenida.
Assim que cheguei a casa fui ao jornal da cidade e li: "Jovem de 17 anos morre em acidente de viação em Campo Grande". BOLAS, ela ía fazer 18 anos em Novembro desse ano, faltavam poucos meses. Estava com o tio de uma rapariga, que teve morte imediata. Ela, morreu na segunda-feira logo a seguir ao dia do acidente.
Eu tinha estado com ela uns meses antes e ela disse-me que já estava na hora de ter juízo porque ía fazer 18 anos!... Afinal, não chegou lá....Amiga não te esqueço!

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