quarta-feira, 19 de maio de 2010

A caminho dos direitos dos animais ou da protecção

A 27 de Janeiro de 1978, foi criada a Declaração Universal dos Direitos dos Animais para defesa dos mesmos, no entanto apesar da sua existência, esta tem sido ao longo dos tempos desrespeitada, pelo que existem ainda muitos animais a sofrer das piores formas inimagináveis. Sendo assim, o que se pode concluir é que deve haver um reforço direitos dos animais através de actividades desenvolvidas por instituições e sobretudo através da denúncia de casos de violação. Existem várias violações dos direitos dos animais, entre elas, as que se referem aos animais de Circo , aos testes realizados em animais e a existência de lutas de cães. Animais de circo Os donos dos “espectáculos” de circo afirmam que os seus animais são bem tratados e alimentados, no entanto, a realidade que se pode constatar é outra. Muitos dos animais que são usados nos circos foram violentamente capturados no meio selvagem, tendo as suas famílias sido mortas para esse fim. Outros foram comprados a jardins zoológicos, de onde também são separados das suas famílias. Outros ainda são comprados a outros circos. Em todos os casos estes animais ganham passados traumáticos. No processo de domesticação do animal, eles são espancados diariamente, ficam sobre seus próprios excrementos, são privados de alimentação e água, tudo isso até que seu “espírito seja quebrado” e passem a obedecer. Os animais aprendem assim desde muito cedo que se não obedecerem serão castigados violentamente. Animais que, no meio selvagem, correriam dezenas de quilómetros por dia, passam a maior parte do tempo acorrentados, fechados em jaulas não muito maiores que eles, e frequentemente sobrelotadas. Vivem assim muitas vezes sobre as suas próprias feses e urina, sem se poderem praticamente mexer, ficando aborrecidos, deprimidos e desconfortáveis com a total falta de higiene. Isto faz com que os animais de circo fiquem com distúrbios comportamentais graves, nomeadamente a repetição permanente dos mesmos movimentos sem sentido, que indicam que os animais estão já alheados do mundo, de tal modo estão perturbados pela sua escravidão no circo. Outros têm comportamentos estereotipados, como a auto-mutilação, a coprofagia (comem as próprias fezes), o constante abanar da cabeça, o caminharem incessantemente para a frente e para trás ou de um lado para o outro, entre outros, pelo que cedem à pressão e entram num autêntico estado de loucura.



Durante o transporte, os animais viajam em condições igualmente pobres, sujeitos a todas as condições climatéricas, expostos ao frio e ao calor, mesmo quando as suas características biológicas colidem absolutamente com estas condições. Acresce ainda o facto de muitos animais ficarem feridos e com deficiências físicas crónicas em resultado do uso das correntes com que são presos durante muito do seu tempo de reclusão. Outros animais exibem ferimentos que nunca são tratados.
Nas sessões de treino, o espancamento, o uso de barras de metal, de aguilhões-gancho e de chicotes e a electrocussão quando se recusam a trabalhar são os meios de treino utilizados para que a sua actuação no “espectáculo” aconteça. Por exemplo os ursos, têm suas garras arrancadas e as presas extraídas ou serradas para que não fira o tratador e não se auto flagele, por exemplo, morda as patas. No entanto, alguns deles ficam neuróticos, balançando a cabeça, batendo com ela nas grades da jaula e roendo-as. Nos ensaios, as sua patas dianteiras são queimadas, obrigando-os a pisar em chapas de metal incandescente para forçá-los a ficar sobre duas patas, ao som de determinada música. Os chimpanzés têm as suas presas arrancadas, recebem pouca alimentação para que não cresçam muito, ficam acorrentados por longos períodos, no escuro, recebem banhos gelados, choques eléctricos, são espancados, separados de suas crias, e, por vezes, vendidos como animais de estimação. Os elefantes são mantidos em pequenos espaços, acorrentados pelas patas, sem alimento. Quando se recusam a trabalhar, são chicoteados, espancados com barras de ferro em forma de gancho afiado, mas como são animais dóceis, sujeitam-se a toda a espécie de castigos, e raramente reagem em tom ameaçador.
Depois de dito isto, poder-se-á concluir então que na realidade o que se passa no circo são constantes ambientes de terror, em que é retirada aos animais a sua dignidade. Agridem-os violentamente, dão-lhes roupas ridiculas e fazem-os andar sobre duas patas, pedalarem bicicletas e outras atitudes anti-naturais, tudo isso com a única finalidade de proporcionarem um bom “espectáculo”.


Testes em animais

Desde há muitos anos, milhões de animais são testados para testar novos cosméticos, productos de limpeza, higiéne pessoal, medicamentos, vacinas entre outros. Estes productos antes de chegarem ás nossas prateleiras de super-mercado, passam por um longo processo de teste, que deixam os animais mutilados, queimados, envenenados, expostos à acção de gases etc, em testes desnecessários e ultrapassados.


* Teste Draize O teste Draize é utilizado em larga escala na indústria de cosméticos, produtos de limpeza, outros. Ele pode ser feito nos olhos ou na pele, onde são aplicadas substâncias que compõem os produtos por dias a fio, a fim, supostamente, de comprovar se são seguros ou não para uso humano. O teste Draize para irritação nos olhos consiste em imobilizar os animais em suportes, dos quais só a cabeça se projecta e é comum que seus olhos sejam mantidos abertos permanentemente com clips de metal que seguram as pálpebras. Os testes duram em média uma semana, durante a qual os produtos serão aplicados diretamente nos olhos dos animais completamente conscientes, que podem sofrer dor extrema e mutilação, e geralmente terminam cegos. Já o teste Draize para irritação da pele é ainda mais cruel. O animal é imobilizado enquanto sua pele é raspada e ferida ( uma fita adesiva é pressionada na pele do animal e arrancada violentamente vezes seguida, até que ele fique em carne viva ) e as substâncias aplicadas directamente nela. Em ambas as modalidades os animais mais usados são coelhos, por serem baratos e fáceis de manusear, além de terem olhos grandes. No entanto, os olhos de coelho são um modelo pobre para os olhos humanos:
• A espessura, estrutura de tecido e bioquímica das córneas do coelho e do humano são diferentes;
• Coelhos têm dutos lacrimais mínimos (quase não produzem lágrimas); • Resultados de testes são sujeitos às interpretações ambíguas; o que aparenta ser um dano grave para um técnico pode parecer brando para um outro.


* LD50

Outro teste extremamente comum é conhecido como Teste LD50 ( do inglês Lethal Dose 50 Percent ). Este teste tem como objectivo determinar qual é a dosagem de uma determinada substância ( seja cosmético, pasta de dentes, produto de limpeza ou outra qualquer ) que é fatal para um ser humano. O teste mata milhões de animais todos os anos. Cada vez que é aplicado, são utilizados cerca de 200 animais ou mais, que são forçados a inalar ou ingerir estas substâncias em doses exorbitantes, até que 50% deles morra. Os sobreviventes são simplesmente sacrificados.
* Gases Tóxicos




Os gases tóxicos foram e são vastamente utilizados em animais, para pesquisas militares e médicas. Um destes gases é o Sarin, gás que foi utilizado no ataque ao metro de Tóquio.Em animais, o Sarin é altamente tóxico, mesmo em concentrações extremamente reduzidas. São utilizados vários tipos de animais. Há alguma variação na quantidade utilizada dependendo da espécie do animal, mas os efeitos são basicamente os mesmos, de acordo com a forma de exposição. Quando há interesse em prolongar a experiência, os animais são mantidos vivos através de ventilação artificial.


Existem várias alternativas para os testes em animais:
1. Simulações por computador
2. Utilização de culturas de células (in vitro) para estudos de toxicidade e irritação
3. Utilização de olhos humanos dos bancos de olhos ou das membranas de ovos de galinha
4. Utilização de tecido humano: o laboratório Pharmagene, na Inglaterra, vem desenvolvendo a técnica de estoque de tecidos humanos retirados durante a biópsia ou algum tipo de tratamento de pacientes hospitalizados voluntários humanos.
Adicionalmente, os fabricantes podem simplesmente utilizar:
1. Ingredientes sabidamente seguros
2. Ingredientes orgânicos ou naturais
3. Rótulos apropriados indicando a toxicidade.

Lutas de cães
Nas lutas de cães, os combates são levados ao extremo da resistência dos animais e terminam quase sempre com a morte de um deles, aliás, é este mesmo o tónico do espectáculo! Os canídeos lutam entre si na natureza mas é apenas para possibilitar a definição de posições hierárquicas e terminam rapidamente com a submissão de um dos animais, assim que o mesmo compreenda que é mais fraco. Raramente surgem consequências graves na sua condição física. Nas lutas de cães cada dono dispõe de um cão treinado para lutar e são feitas apostas. O vencedor é o cão que der cabo do outro cão. A procura de um campeão começa, nas ninhadas provenientes de anteriores "guerreiros". São escolhidos apenas aqueles que revelam desde logo alguma agressividade, que indiciam um espírito combativo, sendo os restantes muitas vezes mortos para evitar gastos excessivos na sua criação. Para treinar um animal, os donos castigam o cão constantemente e fazem-no passar fome durante dias, para que este se torne bastante agressivo. Tal agressividade é depois usada em combate.Há muitos criminosos deste tipo que também raptam animais pequenos (como cachorros, gatos, coelhos, etc) para que os seus cães os ataquem, e fiquem com vontade de lutar. Também existe bastantes casos de cães que se viram contra o dono (o que é bastante normal, dada a situação), e contra toda gente que estiver na frente.A grande da maioria dos animais que foram treinados para lutar têm sempre destinos trágicos. Se não forem mortos no ringue, são mortos no canil quando são apanhados. As raças mais populares que se treina para lutar são Pitbulls, Bulldogs, Rottweilers e a grande maioria da familia Terrier, por serem bastante fortes e resistentes. As lutas de cães são eventos bárbaros que revelam mais uma vez que o ser humano muitas vezes não tem respeito pelos direitos do animal, nem pelo seu próprio animal de estimação pelo qual devia zelar pelo bem-estar.
No passado, os animais não tiveram uma proteção legal como têm hoje, no entanto, embora hoje existam, o facto é que na prática não possuem maior protecção.Respeitar os direitos dos animais não implica necessariamente ajudar os animais, respeitar significa no mínimo não contribuir para o seu sofrimento nem para a sua exploração. Todos os animais merecem viver de acordo com suas próprias naturezas, livres de serem feridos, abusados e explorados pelas mãos humanas.

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